terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para minha mãe Ana Anália


Para Minha Mãe Ana Anália.
Numa pesquisa para o nome Ana Anália, descobri que Ana quer dizer “cheia de graça” e Anália, é uma variação de Ana. De onde se conclui que Ana Anália, essa mãe linda de olhos azuis, tem em seu nome a confirmação do que Deus a ela reservou: todas as graças e glórias de um ser que aos 90 anos, está na idade de quem tem luz própria. Brilha por si e por todos a sua volta, porque distribui generosamente a fonte da vida, na mais alta contemplação da sabedoria adquirida. Uma mulher que atravessa os anos com um sorriso largo no rosto afável, ganhando do tempo, o tempo exato e lapidado para saber aproveitar, compartilhar e multiplicar experiências. Que humilde, revela no peito a medalha dos filhos, dos netos e bisnetos. Que não conheceu a derrota pela viuvez, pois transformou a saudade em uma exposição de sua pintura, fazendo respingar de cada quadro,  as tintas do amor por nosso pai, numa obra belíssima, tal qual esse amor que durou maravilhosos 56 anos. Que jamais se deixou sufocar pelas dificuldades, dando-nos aí seu exemplo de força, determinação e capacitação para o recomeço de sua vida.
Lembro que certa vez  contando coisas de sua infância, revelou que só descobriu seus olhos azuis, quando as  coleguinhas de escola a fizeram observar isso. E ainda, na inocência infantil, perguntaram-lhe se por causa da cor dos olhos, enxergava tudo azul. Tinham razão as garotinhas, pois é exatamente assim que minha mãe vê o mundo, a vida, as pessoas: com os tons do céu, no azul da paz de quem descobriu ainda cedo , por tantas responsabilidades, a necessidade de fazer morada na mansidão, ternura e aconchego da bondade, que permanentemente repousam em seu coração. Passando ao largo de julgamentos, observações menos dignas e desafetos corriqueiros. Minha mãe não conhece nada que não seja ditado pela moral, vida sã e amplitude de sentimentos cristãos.
Não a chamo de guerreira, pois a ela nada associo do que seja mal. Prefiro vê-la como  uma exímia bailarina, transitando graciosa por entre todos os ritmos de uma vida repleta de variações melodiosas, ora vibrantes como um tango, ora na calmaria das valsas de Strauss . Bailando ao sabor do que lhe é servido nos acordes da orquestra de Deus.
Doce mulher que extraiu do próprio ventre 20 vidas para ofertar ao mundo. Dos quais, 12 trouxe à maturidade. Número simbólico e bíblico. E nós, seus filhos, somos o seu referencial perante Deus,  de um trabalho senão perfeitamente executado - por nossas individualidades sujeitas às vissicitudes da vida, mas de um trabalho de concessão de valores perenes e invioláveis, de retidão de caráter e abnegação ao amor que lhe dedicamos.
Somos, e falo por todos, absolutamente apaixonados por nossa mãe. Compartilhar essa data e poder festejar com familiares e amigos é para nós, motivo da mais profunda alegria. E a emoção nos inclina a  nos recolhermos em oração, para que Deus a proteja, abençoe e lhe conceda os anos que forem precisos, para fazê-la continuar entre nós com saúde, dignidade e  paz de espírito!

Por Nilda Amoras
01 Set 2011